Caríssimos irmãos e irmãs,

Deveríamos nos perguntar, em primeiro lugar, “o que é um Santuário?”

A resposta, logo de cara, seria “é um lugar santo, onde mora a presença de Deus”. No Antigo Testamento, o santuário era um local muito reservado, que ficava dentro do tabernáculo. Pouco a pouco, além do edifício, o Salmo 114,2 chama de santuário (lugar santo) o povo de Deus, porque Deus mora nele. Ademais, o profeta Isaías diz também (Is 8,4) que Deus é o santuário do seu povo.

No Novo Testamento, as primeiras comunidades compreendem que o Santuário é a Igreja de Deus (Ef 2,21), a Igreja Local (1Cor 3,16) e cada cristão (Rm 8,11). Ora, o Santuário terreno é um símbolo e uma imagem celeste.

Desta forma, a partir de hoje, com a constituição desta COMISSÃO ESPECIAL EPISCOPAL, faço o anúncio público de que é de nosso interesse de Pastor, CONSTITUIR, oficialmente, o que no coração do povo já se é, o SANTUÁRIO DIOCESANO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS, FATO QUE SERÁ OFICIALIZADO NO PRÓXIMO DIA DE PENTECOSTES, TRADICIONALMENTE CELEBRADO AQUI EM 21 DE MAIO. Este complexo sagrado, composto por esta Igreja dedicada a Santo Antônio, onde os restos mortais da saudosa Maria Milza Santos Fonseca (MÃEZINHA) descansam, o Púlpito desde onde ela rezava com os peregrinos, o Memorial Local onde ela viveu, e os lugares místicos como a Pedra do Silêncio, o Cruzeiro e o Poço Doce, são lugares santos, que devem sempre nos lembrar dos lugares santos do Céu, do verdadeiro santuário, e do santuário que somos todos nós e toda a Santa Igreja.

 No santuário, deve-se buscar ter mãos puras e inocente coração, não ser vaidoso e saber amar. Na Bíblia, quem se aproxima do santuário deve buscar ser santo, ter o coração manso e humilde. Daí a necessidade de cada vez que adentrarmos nestes lugares sagrados pedir um coração puro, sereno, penitente, que saiba amar, que busque a santidade, como Maria Milza buscou.

 O Santuário será mais um passo que poderá levar a uma possível abertura de um processo de beatificação da catequista Maria Milza. Aumenta-se, assim, a responsabilidade de todos os que a conheceram, que foram suas testemunhas oculares, aumenta-se a responsabilidade dos que colaboram neste lugar sagrado (os que cantam e cuidam da liturgia, bem como os que zelam deste.